Nesse artigo vamos apresentar um dos poucos medicamentos que não tem efeitos colaterais nocivos.

Estamos falando da Naltrexona, que ainda é, infelizmente, um grande desconhecido da nossa medicina tradicional.

O LDN é considerada a maior descoberta médica do século XX.

Cronologia e contexto sobre o surgimento da Naltrexona

1805 – Nesse ano um farmacologista alemão chamado Friedrich W. Serturner isolou o ingrediente ativo do Opio e o chamou de Morphium (que vem de Morfeu, deus do sono). Esse novo produto chamou-se Morfina. Muito eficaz para analgesia, tinha o problema de ser viciante.

1870 – Nos anos 1870 químicos sintetizaram um substituto para a Morfina pura e a chamaram de 6-diacetylmorphine (adição de um metil na fórmula), supostamente para ser não viciante.

Em 1898 a Bayer da Alemanha primariamente produziu esse novo medicamento e o chamou de Heroína. Esse medicamento é 2 ou 3 vezes mais potente que a Morfina, pois é solúvel em lipídios. No início ele era vendido como tratamento para os viciados em Morfina. Não demorou para os viciados perceberem que a heroína era muito mais potente quando injetada. Após a II guerra mundial, a heroína era amplamente utilizada pelos jovens, artistas e músicos. E a máfia assumiu o controle e tráfico, mundialmente.

1970 Nos anos de 1970, surgiu no mercado a heroína marrom, advinda do México, que era bem mais barata e fácil de produzir e comprar. E se difundiu rapidamente em todos os cantos do mundo.

1972 – Surgimento da Naltrexona – O problema era tão grave que em 1972 o governo americano aprovou leis de incentivos a pesquisa de medicamentos que pudessem controlar os efeitos da heroína. Aqui começa a história da Naltrexona.

1976 – Surge o relatório Naltrexone Progress Report, que apresentava a Naltrexona como um opioide antagonista, para o tratamento dos viciados em heroína. Esse medicamento tinha a propriedade de bloquear os receptores das células, para não gerar a euforia que a droga provoca. Sem a euforia, o viciado se sentia desestimulado ao uso da droga. Administrado na dose de 50-300 mg/dia, bloqueava os receptores opióides por até 24 horas, dependendo da dose.

1995 – O FDA americano aprovou a Naltrexona para tratar o alcoolismo com o nome comercial de ReVia.

1997 – A Naltrexona deixou de ter patente e tornou-se genérica, motivo pelo qual a indústria farmacêutica perdeu o interesse nela. Não queriam investir em algo do qual não fossem donos.

Perguntas intrigantes sobre Naltrexona

Nos anos 1980, o neurologista Dr. Bihari estava no local certo e na hora certa: em Nova York, administrando Naltrexona aos pacientes. Mas o Dr. Bihari não era apenas médico, era também um pesquisador, e ficou intrigado com as propriedades farmacológicas da Naltrexona. Os pacientes relatavam benefícios com a redução dos vícios, mas reclamavam que se sentiam miseráveis durante o tratamento. Então o Dr. Bihari observou que a Naltrexona em altas doses não bloqueava somente os opioides alcaloides; bloqueava também as endorfinas endógenas, que nosso corpo produz, e que são responsáveis pelo nosso bem-estar. Por isso os pacientes se sentiam miseraveis.

Em seus casos clínicos, o Dr. Bihari tinha pacientes com AIDS. Esses pacientes também tomavam Naltrexona em altas doses (50-300mg). Curiosamente estes pacientes não apresentavam sinais de linfomas ou outras disfunções autoimunes.

Então a Naltrexona serviria para tratar AIDS? Que outras doenças podem ser tratadas? Seria útil no tratamento do câncer também? Qual mecanismo que torna isso possível? foram perguntas intrigantes, cujas respostas assombraram a comunidade cientifica.

Como a Naltrexona funciona?

No livro The Promisse of Low Dose Naltrexone(Elaine A. Moore…) consta:

“Como antagonista de opiáceos, a naltrexona bloqueia o receptor de opiáceos, uma molécula de proteína encontrada em várias células, incluindo células do sistema imunológico. O receptor de opiáceos pode ser comparado a uma fechadura que é aberta por uma chave. Como as únicas substâncias que podem ativar o receptor de opiáceos, opiáceos e antagonistas de opiáceos são as chaves.

A naltrexona fecha a trava do receptor de opiáceos e impede que outros produtos químicos, incluindo os peptídeos opióides endógenos, abram a trava. Em doses baixas, a naltrexona bloqueia o receptor por quatro a seis horas. Uma vez que o bloqueio dos receptores de opiáceos desaparece, ocorre um efeito rebote ou resposta em que o corpo aumenta sua produção de peptídeos opióides endógenos. As células do corpo respondem a esses neurotransmissores peptídicos iniciando várias alterações bioquímicas e celulares que inibem o crescimento celular, promovem a cicatrização do mote e reduzem a inflamação, ajudando assim a restaurar a homeostase. Os efeitos da naltrexona em baixa dose estão diretamente relacionados à sua capacidade de aumentar os níveis de opióides endógenos.”

Assim, foi revelado ao mundo a LDN, Low Dose Naltrexone, ou Baixas Doses de Naltrexona.

Para melhor entender: LDN em doses de 1,5 a 4,5 mg tomado as 21 horas irá bloquear os receptores opioides do corpo por duas a quatro horas. Com eles bloqueados, por mecanismo de compensação, o cérebro aumenta em 2-3 vezes a produção das Met-Encefalinas, o que provoca um “up regulation” nos receptores. Como a dose é baixa, ele faz bloqueio temporário dos receptores, então quando o usuário acorda, os receptores já estão liberados. E… com o sistema imune melhorado, e também com a sensação de bem-estar que perdura o dia todo.

No período em que os receptores estão bloqueados, as Met-Encefalinas ficam livres na corrente sanguínea e repararam todo o organismo, incluindo o sistema imunológico. Isso acontece pelo período de duas a quatro horas, tomada na dose de 1,5 a 4,5 mg antes de dormir.

Isso é determinante para a melhora, e até cura, de diversas patologias, pois atua no denominador comum da maioria das doenças: o sistema imune.

O LDN estimula a produção dos Natural Killers (exterminadores naturais) que entre outras funções, mata as células cancerosas.

Na literatura consta o trabalho do Dr. Berkson, que pegou 79 pacientes da fila de transplante hepático, e curou 75, com LDN e Alfa lipoico na veia, depois oral.

Recomendamos a ótima conferencia legendada em PT do Dr. Berkson falando sobre a cura do câncer e doenças degenerativas com LDN e Alfa Lipoico nesse link (a palestra é em ingles, mas voce pode ativar as legendas em português).

O tratamento com LDN custa caro?

O tratamento de uma esclerose múltipla custa R$60.000,00 por ano, o tratamento com LDN que é 10 vezes melhor e não tem efeitos colaterais, custa em torno de 30 reais/mês.

Evidências científicas

Mesmo com todo esse conhecimento, existe certa dificuldade para alguns médicos prescreverem LDN. Como a industria farmacêutica não tem interesse, pois já é um produto classificado como genérico, não tem o lobby para seu uso, ninguém visita o médico e apresenta o LDN. Portanto, muitos médicos deixam de prescrever LDN, que melhoraria saudavelmente a vida de seus pacientes, alegando que não existe comprovação cientifica. Mas após pesquisa simples nos locais corretos, é possível comprovar que existem muitos documentos comprovando a eficacia desse medicamento.

        Faça a busca por Naltrexone nos locais abaixo e vai encontrar:

  • Google normal possui 634 milhões de citações
  • Google acadêmico, onde só tem trabalhos científicos, possui 95.000 documentos
  • Pubmed, plataforma cientifica do governo dos EUA, possui 10.575 trabalhos científicos
  • Universidade de Harward possui 656 artigos
  • Universidade de Oxford possui 159 artigos
  • MIT possui 111 artigos
  • Amazon.com possui 217 livros
  • No Youtube tem varias entrevistas com médicos, recomendando LDN

Como podemos ver acima, o assunto já foi muito discutido e documentado, cientificamente, com bastante profundidade, e por muito tempo.

Axioma 

Paracelso (1493-1541), mestre da medicina e pai da toxicologia, escreveu: 

    “Todas as substancias são tóxicas. Não existe uma substancia que não seja toxica. A dose correta diferencia o veneno do remédio”.

Até a água, ingerida inadequadamente ou em excesso, é toxica. LDN administrada até 4,5 mg estimula o Sistema Imune, acima disso inibe o sistema imune. Em baixas doses se torna agonista, em alta doses é antagonista.

Existe outro axioma na medicina integrativa que diz: “não se pode bloquear um receptor ou uma enzima por longo período e esperar resultados positivos”.

Como o LDN  é administrado em baixas doses, bloqueia os receptores opioides somente por duas horas. A literatura recomenda o uso de 1,5 até 4,5 mg/dia para o combate de diversas patologias, incluindo Câncer e AIDS. 

Onde encontrar ampla documentação sobre LDN

Recomendamos a leitura do ótimo site (abaixo) que mostra o trabalho do Dr. Bihari, Dr. Zagon e outros pesquisadores. Alem de ler as informações, assista as conferencias periódicas que são ministradas pelo mundo.

www.lowdosenaltrexone.org/ 

LDN e a Psoríase eritrodérmica

Um estudo cientifico realizado em São Pedro de Alcantara(SC), Brasil, publicado no PUBMED (plataforma para estudos cientificos gerido pelo governo dos EUA), relata a eficacia do uso do LDN para tratar um paciente com Psoríase eritrodérmica. Na sessão Discussão, neste estudo, consta: “A obtenção desses resultados ao longo dos seis meses de tratamento com LDN deve abrir os olhos dos futuros médicos que prescrevem LDN. O LDN provou ter fortes benefícios terapêuticos potenciais e deve incentivar mais médicos a considerar o uso do LDN como terapia alternativa para pacientes que não conseguem tolerar a medicina convencional . “

Clique no link abaixo para ver o documento completo:

https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC6433456/

Bernard Bihari, MD, assim como outros médicos e pesquisadores, descreveram efeitos benéficos do LDN em uma variedade de doenças, conforme abaixo, com comentarios:

LDN e o Câncer

Câncer de bexiga, Câncer de mama, Carcinóide, Cólon e câncer retal, Glioblastoma, Câncer de fígado, Câncer de pulmão (células não pequenas), Leucemia linfocítica (crônica), Linfoma (Hodgkin e não Hodgkin), Melanoma maligno, Mieloma múltiplo, Neuroblastoma, Cancro do ovário, Câncer de pâncreas, Câncer de Próstata (não tratado), Carcinoma de células renais, Câncer de garganta, Câncer uterino.

Comentário – Em meados de 2004, o Dr. Bernard Bihari relatou ter tratado mais de 300 pacientes que tiveram um câncer que não respondeu aos tratamentos padrão. Desse grupo, cerca de 50%, após quatro a seis meses de tratamento com LDN, começaram a demonstrar uma interrupção no crescimento do câncer e, desses, mais de um terço mostraram sinais objetivos de retração do tumor.

Doenças autoimune neurodegenerativas

ALS (Doença de Lou Gehrig), Doença de Alzheimer, Distúrbios do espectro do autismo, Paraparesia espástica hereditária, Esclerose Múltipla (EM), Mal de Parkinson, Síndrome pós-poliomielite, Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT), Esclerose Lateral Primária (PLS), Paralisia Supranuclear Progressiva, Mielite Transversa.

Comentário – No grupo de pacientes que apresentou uma doença autoimune (veja a lista acima), nenhum falhou em responder ao LDN; todos sofreram uma parada na progressão de sua doença. Em muitos pacientes, houve uma remissão acentuada nos sinais e sintomas da doença.

O maior número de pacientes dentro do grupo autoimune são pessoas com esclerose múltipla, das quais havia cerca de 400 na prática do Dr. Bihari. Menos de 1% desses pacientes já experimentou um novo ataque de esclerose múltipla enquanto mantinham sua terapia noturna regular com LDN.

Outras doenças autoimunes

Espondilite anquilosante, Doença celíaca, Síndrome da fadiga crônica, Síndrome CREST, Doença de Crohn, Dermatomiosite, Distonia, Endometriose, Fibromialgia, Tireoidite de Hashimoto, Síndrome do Intestino Irritável (SII), Miastenia Gravis (MG), Síndrome nefrótica, Penfigoide, Cirrose Biliar Primária, Psoríase, Artrite reumatóide, Sarcoidose, Esclerodermia, Síndrome de Sjogren, Síndrome da Pessoa Rígida (SPS), Lúpus, sistêmico (LES), Colite Ulcerativa, Granulomatose de Wegener

Como é possível que um medicamento possa afetar uma ampla variedade de distúrbios?

Os distúrbios listados acima compartilham uma característica particular: em todos eles, o sistema imunológico desempenha um papel central.

Níveis baixos de endorfinas no sangue geralmente estão presentes, contribuindo para as deficiências imunológicas associadas à doença.

PS.: nosso agradecimento ao Dr. Lair Ribeiro pela excelente aula de pós-graduação sobre LDN.

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3 comentários em “LDN (baixas doses de Naltrexona) e as Doenças Autoimunes”

  1. Pingback: Atualidades sobre o Câncer - Epigenesis

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  3. Excelente explanação de algo tão importante para a saúde de qualquer cidadão, parabéns a vocês, da Epigenesis, que relatou de forma clara e didática, conceitos sobre o Naltrexona (a maior descoberta médica do século XX).

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