A síndrome do vazamento intestinal (disbiose) é diagnosticada em indivíduos onde existe permeabilidade na barreira (mucosa) intestinal.
Quando o quimo chega ao duodeno, vai ocorrer a metabolização das proteínas. Neste espaço ocorrem diversos processos orgânicos de separação das proteínas, sob ação de enzimas e aminoácidos.
Em condições patológicas, a permeabilidade do revestimento epitelial pode ser comprometida, permitindo a passagem de toxinas, antígenos e bactérias do lúmen para a corrente sanguínea.
Pode ocorrer vazamentos devido inflamações, dieta, álcool, queimaduras e stress.
Diabete pode ser ocasionada por estes vazamentos.
Ao chegar na corrente sanguínea, essas moléculas inteiras que deveriam ter sido processadas pelo intestino, são corpos estranhos. Então são criados anticorpos para combater esses inimigos. O problema é que alguns desses “inimigos” possuem estrutura parecida com a de outras estruturas “amigas” no nosso corpo. Estas estruturas podem estar localizadas na tireoide, no intestino, cérebro etc. Então o sistema imune reconhece estas estruturas, que mimetizam os “inimigos”, como invasores; e passa a atacá-los. É este o mecanismo das doenças autoimunes.
Probióticos podem reverter isso, porque eles aumentam a produção de proteínas para a barreira intestinal, impedindo a passagens de moléculas inteiras pelas passagens estreitas (tight junction) da mucosa intestinal.
Para ocorrer a absorção dos nutrientes, é necessário que as proteínas sejam quebradas em aminoácidos. Quem faz o trabalho de “quebrar” essas proteínas são as enzimas. O problema é que nenhum ser humano tem enzimas para consigam quebrar as proteínas do trigo totalmente. Logo, quem come trigo regularmente tem inflamação. Isso vai danificando nossa barreira intestinal, e vai resultar em vazamento de moléculas maiores, com mais de um aminoácido, para a corrente sanguínea.
Para entender melhor as doenças autoimunes
Vamos usar a imaginação para entender nosso sistema imune:
Na cidade onde moramos, temos diversos marginais – ladroes, assassinos, traficantes, motoristas inconsequentes. Normalmente a policia civil, militar e guarda municipal dão conta desses crimes.
Agora imaginemos que os crimes se intensificam. Gangues poderosas e numerosas, crime organizado, etc., – chegam a cidade. As forças policiais locais já não conseguem manter a ordem. Então pedem ajuda ás forças federais, PF, Exercito, Marinha ou Aeronáutica. Sabemos que essas forças são bem treinadas, e não vem pra brincar. Possuem armas pesadas e inteligência militar superior.
Exatamente isso acontece com nossas defesas, com nosso sistema imune. Normalmente o sistema imune inato dá conta dos pequenos incidentes. Porem quando não consegue mais, chama os linfócitos T (sistema imune humoral ou adaptativo) para a defesa. Anticorpos são criados para essa função, e recebem a ordem: “procurem por uma assinatura (vamos imaginar AABCD)”.
Os anticorpos chegam na corrente sanguínea procurando pela sequencia de aminoácidos AABCD. Se encontram, disparam balas químicas para eliminar o invasor. Esses anticorpos ficam viajando na corrente sanguínea a procura da assinatura. Passam pela tireoide, e para nossa infelicidade veem que algumas células da tireoide possuem a sequencia AABCD, e disparam. E danificam algumas células da tireoide. Os anticorpos estão passando pelo coração, e novamente veem a assinatura procurada, disparam, danificando algumas células. Mais adiante, os anticorpos chegam ao cérebro, encontram a assinatura, e disparam. Quanto mais anticorpos, maior o dano aos nossos órgãos.
Quando esticamos uma corrente, onde ela vai rebentar? no elo mais fraco. Se a tireoide for o órgão mais fraco, ali vai aparecer o problema. Se for o cérebro, ali vai aparecer o problema, como perda de memora, cognição, equilíbrio, etc.
Se você leu com atenção o ultimo paragrafo, acabou de descobrir como se criam as doenças autoimunes. Nesse caso provocado pelo vazamento intestinal, ou Leaky Gut Syndrom.
Para saber mais e obter dicas de como parar esse processo, ou até reverter, recomendamos o excelente livro “Como tratar doenças autoimunes“, do Dr. Tom O´Bryan, traduzido para o português.
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Bibliografia recomendada: