Entendendo a DOR
A dor é nossa melhor amiga. Imagine uma pessoa na cozinha, que apoia a mão na boca do fogão aceso. Ele perderia a mão, se não fosse a DOR.
Temos inúmeros sensores em nosso corpo. E inúmeros sinais. Se estivermos atentos a esses sinais, estabeleceremos uma comunicação direta com nosso corpo.
A auto-observação é fundamental. Temos que estar atentos aos sinais do nosso corpo e mente: o que, como e quando sentimos, pensamos, agimos; também nossas vontades, medos, angústias, tudo isso importa para nossa saúde.
Devemos ver os sinais do nosso corpo como vemos o painel de um carro. Esse painel nos avisa, alerta, sempre que o corpo apresenta qualquer pequeno problema. O esquecimento das chaves do carro, uma dor nas articulações, uma desconforto após a refeição – são indicativos de algo vai mal no nosso corpo.
Sabe aquela conversa em nossa mente que teima em ficar tagarelando todo o tempo? Muitas vezes nos criticando ou criticando outros? Essa voz muitas vezes não é nossa amiga. Quando ela se aquieta, relaxamos, não é mesmo? Observe isso.
São pequenas atitudes que nos mostram como somos, e que nos falta ou sobra para termos uma saúde integral.
Uma indisposição depois do almoço é um sinal de que nosso metabolismo detectou algo anormal, pode ser no alimento que ingerimos, pode ser nas enzimas digestivas. Se isto ocorre uma vez, passa. Mas se torna-se mais frequente, tem que ser investigado.
Nessa linha de raciocínio, podemos acertadamente pensar que até manifestações mais graves são avisos do nosso corpo. Desde uma dor de cabeça, uma azia, até a pressão alta, diabetes, câncer, doença cardíaca… tudo são demonstrações, avisos que nosso corpo nos dá para que mudemos nossos hábitos, nosso estilo de vida. Ao invés de nos rebelarmos ou procurarmos saídas rápidas para qualquer problema de saúde, dos mais simples aos mais complexos, deveríamos investigar a causa. Querer resolver tudo com uma pílula mágica é uma maneira simplista, até preguiçosa de querer sanar o problema.
Manifestações e sintomas
No livro “Good calories, bad calories“(Gary Taubes), o autor nos brinda com um belo exemplo: estava um homem de joelhos procurando algo debaixo de um poste de luz. Alguém passou e perguntou o que ele estava procurando. O homem falou “estou procurando minhas chaves”. Então o interlocutor recém-chegado perguntou se ele tinha perdido as chaves por ali mesmo. O homem respondeu que “não sabia onde tinha perdido, mas ali tinha luz, era mais fácil procurar ali.”
É uma anedota interessante. Mas cheia de verdades ocultas. Um sinal, um sintoma, uma alergia, uma ferida, uma dor qualquer… tudo pode sair á luz, aparecer em qualquer lugar do nosso corpo. Mas sua causa pode estar em outro completamente diferente.
Nesse ponto entra o talento do terapeuta, seja qual for sua especialidade, para junto com o paciente, investigar a causa. Ninguém melhor que nós mesmo para saber POR QUE estamos manifestando certa doença. O terapeuta pode e vai ajudar, mas quem tem que se curar sempre é quem tem o problema. Temos que ser donos da nossa saúde. É um bem tão valioso que não podemos delegar seu cuidado pra ninguém.